O Head of Business Development, Financial Services da Claranet Portugal participou no painel de discussão sobre os desafios das moedas digitais, realizado no âmbito do Grande Encontro Banca do Futuro - promovido pelo Jornal de Negócios com o patrocínio principal da Claranet.
O nível de inovação e os modelos de negócio disruptivos associados às moedas digitais são fatores positivos que devem ser aproveitados pelas instituições financeiras, mas é essencial eliminar os riscos associados a estes ativos virtuais e garantir a confiança do próprio mercado.
O representante da Claranet fez um paralelismo entre o início da Internet e o desafio colocados pelas moedas digitais, ao nível da disrupção introduzida no mercado, defendendo a componente de regulamentação como ponto-chave para dar o passo seguinte na utilização generalizada destas soluções.
As criptomoedas têm subjacente a inovação tecnológica, que pode trazer vantagens para o negócio - falamos de maior rapidez e mais agilidade nas transações. Mas a capacitação de conhecimento, através da contratação de talento, bem como a criação de infraestruturas de suporte robustas e a aposta em cibersegurança são inevitáveis para esta evolução.
Nuno Sousa referiu que o fenómeno das criptomoedas surgiu devido à lentidão das instituições financeiras tradicionais e à fraca capacidade de retorno dos investimentos feitos pelos utilizadores finais, que encontraram nas moedas digitais uma forma fácil de passarem a “deter” algo, mesmo que virtualmente.
Para tornar segura a aposta nas moedas digitais, o representante da Claranet defendeu a existência de legislação específica que regule a sua emissão e utilização, mas também uma aposta em infraestruturas robustas que reforcem a segurança, bem como a sensibilização dos utilizadores. “No contexto atual das moedas digitais é mais difícil seguir o dinheiro e acautelar utilizações abusivas e perigosas desse dinheiro” – explicou.
Nuno Sousa considerou ainda que existem modelos de negócio “bastante interessantes” criados por privados, com base em criptomoedas, (como alternativas de financiamento, por exemplo) e que podem ser aproveitados pelas instituições financeiras ditas tradicionais e reguladas.
Esse aproveitamento poderia potenciar as vantagens ao nível da rapidez e da segurança que a tecnologia associada às criptomoedas possui, mas apenas num contexto regulado e com riscos minimizados.