Nuno Sousa
Financial Services Director - Claranet Portugal
O Financial Services Director da Claranet participou na 9ª edição do evento “Os Seguros em Portugal”, do Jornal de Negócios, onde destacou a importância da tecnologia para reforçar a inovação e a segurança no setor.
O representante da Claranet começou por reconhecer que as seguradoras estão a investir em tecnologia, embora defenda que esse investimento terá de se tornar contínuo: não só porque a tecnologia está no centro da inovação, mas também porque permitirá acompanhar a tendência de crescimento dos riscos de cibersegurança associados a este setor.
Durante o painel “A Importância do Digital – A adaptação e implementação de novos processos”, que contou com representantes do setor segurador, jurídico e tecnológico, Nuno Sousa falou da necessidade de se encontrar um equilíbrio entre as chamadas seguradoras tradicionais e as insurtechs – start-ups de base tecnológica que operam no setor segurador – como forma de promover a inovação.
Um dos caminhos apontados para assegurar a inovação nesta área é juntar a energia das insurtechs à experiência das seguradoras maiores, seja através da criação de labs dentro da própria infraestrutura de uma seguradora tradicional, ou criando uma estrutura fora da organização, mais ágil e independente. Seja qual for a fórmula, Nuno Sousa defende que é uma tendência que veio para ficar.
Ainda sobre tecnologia e inovação, o representante da Claranet falou da Inteligência Artificial como uma área em que os decisores terão de investir, principalmente por permitir mais rapidez e a consolidação da informação de negócio.
Os boards já começaram a ganhar consciência sobre a necessidade do investimento nesta área, mas é também necessário repensar processos e pensar como é que vai ser feita a evolução das análises de sinistros, análises de risco, entre outras… e isto a muito curto-prazo.
Nuno Sousa
Financial Services Director
A ciber-resiliência, associada à segurança dos dados, das infraestruturas e dos utilizadores, é outra das áreas que Nuno Sousa indica como prioritária para o setor.
O Financial Services Director da Claranet falou de um cenário desafiante em que o cibercrime se tornou numa indústria, que usa ferramentas de Inteligência Artificial para fazer ataques massivos e constantes. “Chega a ser uma indústria com uma cadeia de valor e profissionais de ponta” - alerta.
Por estas razões, as seguradoras deverão apostar em soluções tecnológicas, na formação dos colaboradores e dos utilizadores, bem como em processos que as tornem mais resilientes.
Há que apostar numa dinâmica que envolva um vault de informação, que sirva como último reduto para a proteger. É uma solução que vai ter de ser cada vez mais implementada.
Além das questões mais técnicas, o cumprimento das obrigações legais e regulamentares permitirá também atingir níveis de segurança substancialmente acrescidos. É o caso da conformidade com o Digital Operational Resilience Act (DORA), ou mesmo a possibilidade da criação de um rating de segurança, que afira a maturidade da segurança apresentada por uma seguradora.
Num setor em que a segurança e a confiança são essenciais para o sucesso dos negócios, Nuno Sousa advoga assim o reforço da aposta em tecnologia para garantir a inovação, o crescimento, a segurança e o cumprimento da legislação, de forma a aumentar a ciber-resiliência das instituições.