Como pode o setor financeiro beneficiar da Cloud Híbrida?

O impacto positivo na inovação e nos processos de Disaster Recovery são dois dos fatores cruciais para as organizações financeiras apostarem em modelos de Cloud Híbrida.

A banca começa a estar desperta para o potencial dos modelos de Cloud Híbrida no seu negócio, mas muitas instituições mostram-se ainda cautelosas quanto à sua adoção porventura por terem dificuldade em medir o potencial impacto nas suas operações e identificar um fator direto de rentabilização.

A verdade é que a unificação de Clouds Privadas – estejam on-prem, ou externalizadas – e a extensão desses workloads para uma Cloud Pública é um processo que conquista cada vez mais organizações, exatamente pelas potenciais vantagens diretas e indiretas associadas à utilização das várias tecnologias como um serviço. Vantagens essas, possíveis de medir à partida, bem como de projetar para um período que pode chegar aos cinco anos.

A elevada procura por este modelo de Cloud é confirmada pela IDC no estudo FutureScape: Cloud European Implications, que refere que a maioria das organizações olham para a Cloud Híbrida como o centro de uma nova geração de infraestruturas TI.

De acordo com este relatório, já durante 2021 mais de 90% das organizações europeias vão depender da combinação de Clouds Privadas on-premises/dedicadas, múltiplos serviços públicos de Cloud Computing e plataformas tradicionais para satisfazer as suas necessidades de infraestrutura. E 42% da despesa com infraestruturas de TI vai ser alocada a serviços públicos de Cloud Computing, com 1/4 das aplicações a ser executadas nestes serviços.

Se as transformações operadas pela Cloud Híbrida são transversais a vários setores de atividade, no caso da banca pode ter um impacto positivo ainda mais profundo, pelo peso financeiro e operacional que a componente de IT tem normalmente no desenvolvimento e no funcionamento do negócio.


Vantagens genéricas

A adoção de Cloud Híbridas pelo setor financeiro oferece maior flexibilidade na criação dos próprios ambientes de trabalho e uma agilidade que é inerente à própria Cloud Pública.

Isto permite, por exemplo, que uma organização acompanhe facilmente a evolução tecnológica que os providers vão fazendo nas suas infraestruturas de Cloud, aproveitando também as várias soluções como um serviço (Software as a Service - XaaS) aplicadas nessas infraestruturas – e as que vão surgindo.

A redução de custos, neste caso concretizada de forma direta e indireta, é outra das vantagens genéricas da utilização de modelos de Cloud Híbrida que, dada a escala, pode ter um impacto significativo nas organizações financeiras.

Essa redução pode ser conseguida a partir de procedimentos tão distintos como, por exemplo, associada a uma componente de FinOps, ou através de uma otimização de custos conseguida por via do ligar e desligar de máquinas sempre que for necessário fazer desenvolvimentos.

Se o fator custo e as necessidades de investimento impactam normalmente muitas das decisões das organizações ao nível das TI, também rapidamente se podem tornar em fatores competitivos quando olhados numa perspetiva de futuro – sobretudo no setor financeiro.

Disaster recovery e inovação

Um olhar mais pormenorizado sobre duas das principais vantagens que a Cloud Híbrida pode trazer ao setor financeiro permite perceber a dimensão dos efeitos e a importância de fazer esse investimento.

No caso das soluções de Disaster Recovery, por exemplo, deixa de ser necessário investir nas segundas plataformas que, na prática, funcionam como cópias da primeira para assegurar a redundância essencial a este tipo de processos. Isto significa uma redução importante e direta dos custos – menos gastos iniciais com a infraestrutura –, bem como uma redução dos custos indiretos e a prazo - deixa de ser necessário contemplar as necessidades da organização projetadas de 3 a 5 anos, sobretudo com as previsíveis necessidades de evolução tecnológica ocorram durante esse período.

Todo o investimento na Cloud Híbrida, neste contexto, permitirá usufruir da natural evolução tecnológica das plataformas usadas, ao mesmo tempo que a organização apenas pagará efetivamente pelo que usa, adaptando os recursos usados às necessidades de contexto.

Outra das vantagens com enorme impacto no setor financeiro é o da inovação, aqui a trazer um enorme potencial de ganhos a curto e médio prazo.

Ao evoluir de um modelo baseado na IT tradicional para uma plataforma assente numa infraestrutura e no software como um serviço, as organizações financeiras tornam-se menos dependentes e mais autónomas. E em vez de despender tanto tempo na gestão do IT e dos possíveis conflitos entre as novas soluções e o legacy tecnológico, podem focar-se no desenvolvimento de ferramentas e soluções de apoio direto ao negócio.

A aposta em modelos de arquitetura baseados em Cloud Híbrida por parte da banca é assim um movimento cada vez mais justificado pelo potencial tremendo que pode trazer aos negócios.

Num mercado altamente concorrencial e regulado, onde a segurança, a agilidade de processos e a inovação podem fazer a diferença entre liderar e perder competitividade, é crucial aproveitar exatamente o potencial destas infraestruturas para aumentar o foco no que realmente importa. E conseguir rentabilizar de várias formas o que a tecnologia coloca já hoje ao alcance das instituições.

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Written by David Soares - Product Manager de Public Cloud

Product Manager de Public Cloud na Claranet Portugal, possui mais de 10 anos de experiência nesta área.

Com uma abordagem permanente centrada no cliente, David Soares foca o seu trabalho na construção de estratégias e no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores que respondam às necessidades das organizações.