Portugal: aversão ao risco, falta de recursos qualificados e fraca adopção da cloud atrasam evolução digital

Estudo “Beyond Digital Transformation 2018"

Portugal: aversão ao risco, falta de recursos qualificados e fraca adopção da cloud atrasam evolução digital

  • Portugal é avesso ao risco, lento na mudança e faltam-nos recursos qualificados: 25% das empresas planeia uma adopção de DevOps para além dos dois anos.
  • No entanto, a automação de infra-estruturas e uma aplicação correcta de orçamentos de TI coloca-nos bem acima da média europeia.

A Claranet, empresa fornecedora de soluções de hosting, cloud pública, redes, segurança e workplace em modelo “as a service”, acaba de divulgar os resultados do seu estudo anual, Beyond Digital Transformation - que analisa a realidade, desafios e constrangimentos dos líderes europeus em TI e Digital – revelando que a segurança e a melhoria da experiência do consumidor são os seus principais desafios, sendo a adopção de uma abordagem DevOps uma realidade para cada vez mais empresas, embora ainda persistam vários obstáculos a ultrapassar até esta se tornar no modus operandi da maioria dos departamentos de TI.

Este estudo envolveu cerca de 750 profissionais europeus das áreas TI e Digital, entre os quais 100 portugueses de uma vasta miríade de sectores, dos serviços financeiros ao retalho, TI, indústria, distribuição e logística, sector público, entre outros.
Os principais desafios europeus identificados em 2018 são, indubitavelmente, a segurança (44%) e uma melhoria da experiência do consumidor, cujos objectivos não estão alinhados com o investimento. Segue-se uma melhoria do desempenho e fiabilidade das aplicações (34%), o combate à fragmentação de sistemas (34%), a necessidade de desenvolver aplicações móveis (31%) e a garantia da disponibilidade de serviço 24x7x365 (31%).
Relativamente a Portugal, à semelhança do observado em 2017, os departamentos de TI das empresas nacionais continuam a ser dos que mais desafios enfrentam a nível europeu:

  • A aversão ao risco é exclusivamente nacional e 43% dos negócios identificam este medo como impeditivo da tão desejada mudança.
  • A atração de talento qualificado continua a ser uma das principais preocupações (43%) para os departamentos de TI.
  • Os constrangimentos orçamentais são um dos principais desafios dos líderes nacionais (45%), assim como a necessidade de melhorarem a experiência dos consumidores.
  • Ainda há um longo caminho a percorrer na adopção de serviços cloud, pois Portugal tem a maior concentração de sistemas locais (“on premises”) da Europa e 44% não delegam nada a terceiros.

Mas não são só más notícias:

  • Portugal lidera em automação de infra-estruturas (63%), conseguindo assim uma redução dos custos operacionais e do risco de erro humano.
  • Mais de 90% dos líderes portugueses explicou que, na sua organização, o orçamento anual de TI é alocado directamente a esse departamento, um valor significativamente superior ao da média europeia (77%).
  • Também acima da média europeia (68%), é a certeza de que o investimento não é desperdiçado: 87% dos participantes acreditam que o departamento de TI assegura o maior retorno do investimento quando comparado com outras unidades de negócio.

Comentando os resultados deste estudo, António Miguel Ferreira, Managing Director da Claranet Portugal, defende que:

Há um desejo, entre os líderes de IT em Portugal, de evoluir para uma metodologia de DevOps, o que é comum a líderes de IT de outros países. Contudo, em Portugal, este desejo não se encontra planeado no horizonte tão próximo, pelo que fica a ideia de que há alguma aversão ao risco e à mudança, o que no IT pode ser fatal para a competitividade de qualquer negócio. Agarrar e manter vantagens competitivas requer empresas ambiciosas, ágeis e abertas à mudança. É relevante o desejo que as empresas manifestam em continuar a inovar, mas temos de ser ainda mais ambiciosos, a mudança começa hoje, não daqui a dois anos. Há claros benefícios em adoptar um foco mais centrado nas aplicações, tanto para a agilidade do negócio, como para a eficiência operacional. A mudança é um imperativo.”